“Eu tentei desistir de você, tento me enganar, só
que não dá. Você sabe, eu sou toda você. Nunca deixei que você
percebesse, mas eu sinto tua falta, e sentir tua falta se tornou uma dor terrível.
Talvez eu seja meio dependente de você, pude perceber isso quando eu
relembrava das nossas brigas, ou de quando parecíamos um casal de
verdade, e meu coração ficava tão apertado, tão pequenininho, que se
brincar caberia na minha mão. Era você, cara. É você.
Eu
tive certeza disso quando senti pela primeira vez uma sensação estúpida
gritando o quão idiota eu sou por SEMPRE estar te perdendo. Mas mesmo
assim, não conseguir discar a droga do teu número pra te convencer a
voltar. Eu não consegui porque fiquei na esperança de você me ligar. Mas
não ligou.
Você sempre foi um babaca, talvez o maior do mundo, e eu
sempre odiei esse teu lado. Mas, pra falar a verdade, talvez tenha sido
esse lado pelo qual eu me apaixonei. Eu te conheço muito bem, você sabe.
Sei dos teus medos, das tuas fraquezas, de tudo, ou quase tudo. Você é
uma bagunça, cara. E eu nunca gostei de nada bagunçado, por isso me
empenho tanto em tentar te arrumar. Só que lidar com você é foda. Você é tipo um enigma, e meu passatempo favorito sempre foi tentar te compreender.
Mas você complica tudo com esse teu idiotismo. É como se você fosse um
cofre e eu tivesse várias combinações para abri-lo, e quando eu estou
conseguindo descobrir a certa, você muda e se fecha mais ainda.
Quando
estamos quase nos acertando, você fode tudo. Você briga comigo, vai
embora, me faz sentir saudades durante dias e depois volta. Você sempre vai e volta.
E eu preciso te dizer que eu não aguento mais te ver indo embora, só
que não consigo. Da mesma forma que algumas vezes eu quero ficar, mas eu
só consigo ir. Falar disso que temos sempre foi algo totalmente
complicado pra mim, já que eu nunca soube direito por as coisas pra
fora. Nós somos opostos um do outro, e consequentemente viramos esse nó que somos.
Minha vida sempre foi toda organizada, sempre tive tudo, e aí você
chegou e conseguiu bagunçar tudo aquilo que sempre arrumei. Você
apareceu e eu comecei a experimentar essa coisa nova, e fiquei com medo
de acabar gostando demais e virar um vício. E foi dito e feito. Eu meio
que me viciei nessa sensação que você me traz. E isso me mudou, por
completo.
Agora eu sou apenas uma mulher que se torna uma menina sem
rumo, que só se encontra em você. Eu tinha meus sonhos, todos muito bem
planejados, e agora eu só tenho você. E minha maior vontade é de te
colocar em uma caixinha e te trancar com sete chaves, pra nunca te
perder. Porque se eu te perder, eu me perco junto. Por isso que eu tô sempre te prendendo em mim, porque eu sei que se eu te deixar solto, nem que seja só um pouquinho, você vai escapar e ir embora de vez.”
Não devo nada - Onze20
Sonhei com você
E acordei com uma saudade boa
O que eu vou fazer
Se eu não consigo amar outra pessoa..
E acordei com uma saudade boa
O que eu vou fazer
Se eu não consigo amar outra pessoa..
Estranho
Foi
estranho te ver aquele dia no shopping. Tão estranho como o ser que
eu me tornei pra você, nada mais do que um mero conhecido. É
engraçado, em algum momento da vida encontramos pessoas fundamentais
na nossa existência, vitais para a nossa respiração. Basta o
calendário mudar a foto e pronto, tudo está diferente. Por que isso
acontece? Não podemos simplesmente começar o segundo tempo do nosso
jogo de amor, como se esses últimos 8 anos fossem apenas aqueles 15
minutos de intervalo? Você parece falar um idioma imaginário, nem o
sotaque reconheço. Logo eu que dominava tanto a tua língua.
Teus olhos não me intrigam mais. São reveladores. Consigo enxergar inúmeras paixões através da tua retina castanha. Morro de ciúmes das mulheres que te fizeram sorrir. Meu consolo é que, nesses casos, as mulheres sempre esquecem com mais facilidade. Tenho raiva mesmo, súbita, incontrolável, de quem te fez chorar. Esses seres desprezíveis, meus inimigos mortais repentinos, batizam cada lágrima tua e insistem em tocar teu coração.
Nunca achei que fosse te reencontrar, pois para haver o reencontro é preciso, primeiro, a separação. Te ver depois de tanto tempo é ouvir a minha bola de cristal - que traçava o nosso destino - estilhaçando no chão. Era para estarmos naquela mesa ali do canto com as duas crianças, tomando sorvete e não passarmos correndo um pelo outro porque preciso pagar a conta atrasada da Renner. Eu sei que não sentimos mais nada um pelo outro, mas eu achava que era pra sempre, entende? Você era o meu plano perfeito, o crime permitido, a sentença de vida. Nosso roteiro já estava pronto e com vários finais felizes, bastava escolher. No entanto, mal deu para aproveitar o nosso curta-metragem.
Mas e você? Fala alguma coisa, não aumente minha abstinência por notícias tuas. Não me olhe com ar surpreso, eu também queria estar formado em direito e passeando de terno por aqui, ao invés desse traje com all star e camiseta. Como diria o Nando Reis: "me diga onde vão teus pés."
Tá bom, não precisa. Essa cena de “revival” já respondeu o que eu queria saber. A verdade é que mudamos nossa história, mas o filme é o mesmo. Não posso continuar vivendo essa paixão nostálgica, tentando lembrar quem eu era quando te conheci. Infelizmente, aquele cara não existe mais. Vou encarar esse desencontro como um reencontro comigo mesmo. Com licença que o tempo de isenção do estacionamento está terminando e eu tenho mais o que fazer, como por exemplo, viver pra mim.
Teus olhos não me intrigam mais. São reveladores. Consigo enxergar inúmeras paixões através da tua retina castanha. Morro de ciúmes das mulheres que te fizeram sorrir. Meu consolo é que, nesses casos, as mulheres sempre esquecem com mais facilidade. Tenho raiva mesmo, súbita, incontrolável, de quem te fez chorar. Esses seres desprezíveis, meus inimigos mortais repentinos, batizam cada lágrima tua e insistem em tocar teu coração.
Nunca achei que fosse te reencontrar, pois para haver o reencontro é preciso, primeiro, a separação. Te ver depois de tanto tempo é ouvir a minha bola de cristal - que traçava o nosso destino - estilhaçando no chão. Era para estarmos naquela mesa ali do canto com as duas crianças, tomando sorvete e não passarmos correndo um pelo outro porque preciso pagar a conta atrasada da Renner. Eu sei que não sentimos mais nada um pelo outro, mas eu achava que era pra sempre, entende? Você era o meu plano perfeito, o crime permitido, a sentença de vida. Nosso roteiro já estava pronto e com vários finais felizes, bastava escolher. No entanto, mal deu para aproveitar o nosso curta-metragem.
Mas e você? Fala alguma coisa, não aumente minha abstinência por notícias tuas. Não me olhe com ar surpreso, eu também queria estar formado em direito e passeando de terno por aqui, ao invés desse traje com all star e camiseta. Como diria o Nando Reis: "me diga onde vão teus pés."
Tá bom, não precisa. Essa cena de “revival” já respondeu o que eu queria saber. A verdade é que mudamos nossa história, mas o filme é o mesmo. Não posso continuar vivendo essa paixão nostálgica, tentando lembrar quem eu era quando te conheci. Infelizmente, aquele cara não existe mais. Vou encarar esse desencontro como um reencontro comigo mesmo. Com licença que o tempo de isenção do estacionamento está terminando e eu tenho mais o que fazer, como por exemplo, viver pra mim.
- Por Chico Garcia
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