“A gente vai empurrando e deixando e remendando e
engolindo e fingindo. Chega uma hora em que arrebenta a ferida: estoura,
explode, sai pus, nojeiras e afins. É nesse momento que, ao invés de
Band-Aid, pomada e beijinho, a gente precisa espremer mais um pouco e,
quem sabe, enfiar o dedo fundo, forte, pesado e sentir a dor percorrer
cada centímetro do corpo. É só após esse processo que tudo cicatriza – e
a gente descobre até onde vai a própria força. E se supera (ainda bem).
Depois, o tempo. É ele, querido e bandido, que vai mostrar o quanto o lugar onde estava a ferida vai latejar nos dias feios, carregados e chuvosos.”
Depois, o tempo. É ele, querido e bandido, que vai mostrar o quanto o lugar onde estava a ferida vai latejar nos dias feios, carregados e chuvosos.”
— | Clarissa Corrêa |
0 comentários:
Postar um comentário