Me diz alguma coisa, vai. Me fala tudo aquilo que eu ando louca pra
ouvir da sua boca. Sussurra, então. Ou me ensina a receptar telepatia,
essa língua que só os inteligentes e evoluídos e incógnitos e
brancas-nuvens conseguem decifrar. Porque eu já estourei minha cota de
intuição. Diz que me adora, que gosta de mim, que sente saudades minhas e
uma vontade insana de me ver em plena quarta-feira. Sei que não muda
nada, mas eu preciso ouvir. Ou isso, ou eu pego minha bicicleta e dou o
fora daqui. Agora. Sabe, não está dando muito certo, às vezes eu me
sinto meio o Dick Vigarista gritando para o Mutley fazer alguma coisa. E
você só olha meu desespero patético e fica rindo. E então? Como vai
ser?
Desisto. Eu acho, às vezes, que seria mais produtivo perseguir pombos em
praça pública. Bem, eu só queria dizer que, apesar desse seu jeito todo
iceberg de ser, eu te acho um rapaz incrível. Você é o melhor ser
humano entre os piores que já conheci. Ou o pior entre os melhores. Não
sei. Sei que eu inexplicavelmente estou na tua e você sabe disso. Não dá
bola, assim que meu ataque trevoso de angústia cessar, eu sei, não vou
me importar nem um pouco se você ficar na tua, se você não ligar de me
aturar falando pelos cotovelos, deitada do teu lado. (Gabito Nunes)
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