“Às vezes me pego sozinha, trancada no meu quarto
pensando em você. Ou em nós. Ou como seria se eu pudesse te
abraçar. Ou como seria se pudéssemos assistir a um filme juntos num
domingo chuvoso. Como preferir. E como costume, pego meu caderno e a
caneta para tentar te escrever de novo. Não sei o porquê, mas nesse dia
as palavras não saem. O que eu sentia eram somente raiva e medo. Dessa
distância. Eu nunca fui de acreditar nesses amores que se revelam e
crescem mesmo com uma distância enorme atrapalhando tudo. Nunca tive
tempo de me questionar o porquê de me fechar tanto a algo. Só que… isso
não é caso a se pensar, acontece. Mesmo com mínimas possibilidades. Como
foi o meu caso. Eu não era de me apaixonar nem por quem estava a menos
de um metro de mim, imagina só a quilômetros? Só que veio você e me
mostrou algo diferente. Novo. E estranho. Até então não sei de onde tiro
forças para continuar, seja lá o que seja. Acho que elas surgem quando
ouço sua voz me dizendo o quanto sou forte, mais do que eu possa pensar.
Mas você sabe tanto quanto eu que não é nada fácil. E também existem as
emoções, essas, eu não posso controlar. Eu sei que ainda vou chorar,
ainda terão momentos em que irei achar que não conseguirei continuar.
Mas prometo agir como se eu fosse conseguir. Por você. E nesses
momentos, vou tentar controlar o que posso, que são minhas ações. Eu
havia me apaixonado por alguém que nunca sequer toquei. Isso mexe com o
subconsciente de qualquer um. Acredite. E mesmo que um dia tudo isso
acabe, ainda terei as lembranças, as quais terei um cuidado infinito. Ah, e ignore as manchas no papel, assim como estou ignorando
as lágrimas que começaram a cair no vazio do meu quarto. Eu te amo, e
tenho certeza que você sabe disso. O que você talvez não saiba é que
tenho minhas dúvidas se um dia eu soube o que era amar alguém realmente
antes de você chegar. Quando escrevo pra você, sinto sua respiração. E
espero, que ao lê-las, você sinta as minhas. Essas cartas já fazem parte
de tudo que somos, parte da nossa história, elas sempre irão nos
lembrar que superamos esse período que não pudemos ficar explicitamente
juntos. Obrigada por me ajudar a sobreviver a estes momentos sem você. E
obrigada mais ainda, pelos momentos que virão, ao seu lado.”
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